sábado, 20 de agosto de 2011

ZONA CONTAMINADA


Zona Contaminada volta a cartaz em Setembro na cidade de Feira de Santana, sempre aos domingos às 19h, serão 04 apresentações no dias 11, 18 e 25 e no dia 02 de Outubro no Teatro CUCA, já nos dias 07, 08, 09, 14, 15  e 16 de OUTUBRO a montagem aporta no Theatro XVIII (pelourinho)!!!


O espetáculo é um Musical Rock com texto de Caio Fernando Abreu e músicas de Cazuza.

Cenas que chocam, coreografias, referências literárias e uma atmosfera de tragédia futurista são alguns dos elementos que compõem o espetáculo Zona Contaminada, montagem de 2007 da Arte Sintonia Companhia de Teatro que recebeu indicação ao Prêmio Braskem de Teatro 2007 na categoria Melhor Atriz Coadjuvante para Lívia França e mais 05 indicações ao FIT – Festival Ipitanga de Teatro nas categorias melhor direção, espetáculo, atriz, cenografia e iluminação, recebendo o premio de Melhor Atriz para Lívia França e Melhor Iluminação para Elísio Lopes Jr.



Zona Contaminada retrata um mundo devastado por uma grande peste que teria contaminado seus habitantes, exceto as irmãs Beth (Denise Correia) e Carmem (Lívia França), que passam a viver refugiadas para não serem encontradas pelo Poder Central, que é uma espécie de tirania invisível que controla a vida dos habitantes e remete ao Grande Irmão, do livro 1984, de George Orwell. Sua voz é Nostradamus Pereira (Gilson Garcia), personagem de aspecto grotesco e extravagante que faz intervenções inesperadas durante o espetáculo dando informes do Poder. A forma como Nostradamus atua parece fazer uma crítica metafórica ao sensacionalismo de alguns veículos de comunicação da atualidade e se revela como um dos elementos que dão bastante dinamismo à peça.



Em meio ao ambiente de catástrofe, reforçado por um cenário composto de pichações, TV’s quebradas, metais e caixões, desenvolvido por Hamilton Lima, Beth encontra um homem supostamente não contaminado, o Homem de Calmaritá (Leonardo Freitas), que lhe revela a existência de um lugar para além da zona contaminada. Símbolo de erotismo, força e virilidade, o Homem de Calmaritá protagoniza cenas que se destacam pela ousadia e capacidade de chocar o público, sem cair na vulgaridade.

Enquanto isso, Carmem se envolve com seu amigo imaginário, o Mister Nostálgio (Agamenon de Abreu), uma espécie de clown que, de forma lúdica, representa a personificação do que foi perdido com a grande contaminação, como romantismo, educação e amizade, e que a frágil personagem sente a falta. Mais uma vez um grande clássico da literatura internacional parece ter sido referência: Admirável Mundo Novo, livro de Aldous Huxley, que possui passagens onde alguns personagens passam a sentir falta de sentimentos que existiam em tempos remotos.



Mesmo sendo desenvolvida em um ambiente futurista, a peça consegue, por meio de suas metáforas, fazer contundentes críticas a perca de valores da sociedade em que vivemos hoje. Aspecto presente também na poesia das músicas de Cazuza, que são inseridas de forma intercalada com as cenas, interpretadas pelos atores, sob a direção musical de Paulinho de Oliveira, e aliadas às coreografias elaboradas por Sivaldo Tavares. À parte musical soma-se também a iluminação bem adequada por Elísio Lopes Jr. e os figurinos de Agamenon de Abreu e maquiagem dos atores feita por Roberto Lapllane, que renderam uma boa caracterização aos atores, ajudando a trazer o público para o mundo retratado pelo espetáculo.





FICHA TÉCNICA:



Texto: Caio Fernando Abreu

Direção Geral: Antônio Marques

Assistente de Direção: Anderson Souza

Cenografia: Hamilton Lima

Direção Musical: Paulinho de Oliveira

Preparação Vocal: Ana Paula Albuquerque

Direção Coreográfica: Sivaldo Tavares

Elenco: Leonardo Freitas, Gilson Garcia, Denise Correia, Agamenon Abreu e Lívia França.

Figurino e Adereços: Agamenon Abreu

Maquiagem: Roberto Laplane

Iluminação: Elísio Lopes Jr

Programação Visual: Marlon Xavier

Fotografia: Anderson Soares